O leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) não vai trazer nenhum novo dinheiro para que o Governo do Estado do Rio possa fazer investimentos. Graças a iniciativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, tudo o que for obtido na venda da concessão será destinado ao pagamento da dívida do Estado para com a União.
Guedes pediu que fosse feita uma emenda ao novo Plano de Recuperação Fiscal dos Estados, incluída minutos antes da votação na Câmara dos Deputados. A emenda do ministro só afeta os interesses do Rio. A mudança foi percebida pelo governador em exercício do Estado, Cláudio Castro, que tentou articular um movimento de deputados e senadores para impedir a aprovação, mas não conseguiu sucesso.
O governador lamentou a decisão do ministro e disse que fez de tudo para conseguir ter parte dos recursos do leilão da Cedae que seriam usados em novos investimentos em infraestrutura no Estado do Rio. O leilão está previsto para o primeiro semestre do próximo ano.
Cedae dará dinheiro para pagar dívida com banco
Agora, após o leilão da Cedae, é esperado que o Governo estadual pague uma dívida de R$ 2,9 bilhões junto ao banco BNP Paribas. O resto da venda, cerca de R$ 7 bilhões a R$ 12 bilhões, será destinado a reduzir os débitos com a União. A dívida consolidada do Rio havia chegado a R$ 167 bilhões no final do ano passado.
Ainda há um grupo de parlamentares do Estado do Rio disposto a liderar um movimento que reverta a decisão já aprovada na Câmara dos Deputados. O movimento não encontrará a simpatia dos congressistas de outros Estados, pois a emenda de Guedes não afeta nenhum outro lugar do país a não ser o Rio.
É interessante notar como o Rio tem pouca ação na defesa de seus interesses, mesmo sendo residência dos presidentes da República, da Câmara, do STF e do próprio ministro da Economia.
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