Deve ser publicado na próxima semana o edital de concessão à iniciativa privada das áreas de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). A concessão atrai o interesse de diversos investidores, entre eles grupos da China e de outros países.
Os chineses são considerados os mais fortes concorrentes pela Cedae, pois têm disponibilidade de capital para investimento e contam com a determinação de seu país. A China vê no setor de obras e concessões oportunidade para expansão de suas exportações e consolidação de sua geopolítica. O Brasil chegou a ter uma política semelhante, mas nos últimos anos deixou de ser relevante nos mercados externos.
A Cedae é um dos principais ativos do plano de concessões na área de saneamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O leilão, prometido para o primeiro semestre de 2021, prevê uma concessão de 35 anos com investimento de mais de R$ 30 bilhões de reais.
Cedae também atrai fundos árabes e do Canadá
O superintendente da Área de Estruturação de Parcerias do BNDES, Cleverson Aroeira, disse em reportagem da Agência Brasil, que o banco tem conversado com mais de 20 potenciais investidores estrangeiros. Além da China, há fundos soberanos árabes, fundos de pensão e de investimentos do Canadá, além de operadores de saneamento que já atuam no país, como Aegea, BRK Ambiental e Águas do Brasil.
Entre os chineses, há um grupo que controla a concessão de abastecimento de água do município de São Lourenço, em São Paulo. Essa empresa, Sistema Produtor São Lourenço, foi criada em 2013 para desenvolver uma Parceria Público-Privada (PPP) com a Sabesp, companhia de saneamento do Governo paulista. A PPP é o primeiro investimento no Brasil do grupo China Gezhouba Group Corporation (CGGC).
O Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) estimou no início deste ano que os investimentos de empresas chinesas no País, de 2007 a 2018, alcançaram US$ 100,5 bilhões, entre aportes anunciados e confirmados, envolvendo quase 200 projetos finalizados ou em andamento.
A partir de 2014, o setor de geração e transmissão de energia do Brasil recebeu grandes investimentos de empresas estatais chinesas, como a State Grid Brazil e a China Communications Construction Company (CCCC). Ao mesmo tempo, os investimentos no agronegócio passaram a ganhar maior relevância, com a entrada de empresas chinesas como a Cofco e a Dakang International.
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