A Unidos da Tijuca prepara-se para o Carnaval de 2025 com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino que o Velho Respeita”. A história que será levada à Marquês de Sapucaí, explora a tradição em torno de Logun-Edé, orixá filho de Oxum e Oxóssi, e busca destacar os vínculos entre a religiosidade e a escola. A tradicional agremiação, fundada em 1931 no bairro da Tijuca, compartilha com o orixá as cores amarelo e azul, além do pavão como símbolo.
O desenvolvimento deste enredo está sob a responsabilidade do carnavalesco Edson Pereira, que chegou à Unidos da Tijuca em 2024. Com passagens por escolas do Rio e de São Paulo, Edson já conquistou títulos e tem experiência na criação de enredos que exploram a cultura afro-brasileira. Na Tijuca, busca destacar a relação da escola com história, sincretismo e identidade.
Unidos da Tijuca quer o título do Carnaval 2025
Após conquistar o título do Carnaval de 2012 com o enredo “O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão”. Em 2014, a escola venceu novamente com enrego em homenagem a Ayrton Senna. Depois, a Unidos da Tijuca passou por altos e baixos nos anos seguintes. Em 2024, a escola apresentou o enredo “O Conto de Fados”, que explorou lendas e histórias populares de Portugal.
Determinada a retomar o caminho das vitórias, a agremiação aposta no enredo “Logun-Edé – Santo Menino que o Velho Respeita” para o Carnaval de 2025, buscando resgatar a confiança e o entusiasmo de sua comunidade. Os preparativos começaram cedo, com a escolha do samba-enredo oficial ainda em outubro de 2024 e a intensificação dos trabalhos no barracão da Cidade do Samba. Além disso, os ensaios técnicos na Sapucaí e na quadra da escola têm mobilizado a comunidade do Borel, que se organiza para fazer um desfile marcado pelo ritmo e pela força da bateria Pura Cadência.
Samba-Enredo de 2025 da Unidos da Tijuca
O samba-enredo da Unidos da Tijuca foi composto por Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel Pg, Fred Camacho, Diego Nicolau, Gustavo Clarão, Luiz Antonio Simas, a letra exalta as características do orixá, filho de Oxum e Oxóssi, e sua conexão com a comunidade tijucana.
Confira a letra abaixo:
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Reflete o espelho, Orisun
Nas águas de Oxum
À luz de Orunmilá
Magia que desaguou na ribeira
E fez o Caçador se encantar
Sou eu, sou eu
Príncipe nascido desse grande amor
Herdeiro da bravura e da beleza
É da minha natureza
A dualidade e o fulgor
De tudo que aprendi
O todo que reuni
Fez imbatível a força do meu axé
Com brilho imenso, desafio o consenso
Inquieto e intenso
Sou Lógun Edé
Oakofaê, Odoyá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
Oakofaê, Odoyá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
E no rufar dos Ilus, meu tambor
A fé no Kale Bokum assentou
A proteção dos meus pais, ofás e abebés
Sou a Tijuca e seus candomblés
Um lindo leque se abriu, orí do meu pavilhão
Amarelo-ouro e azul pavão
Orixá menino que velho respeita
Recebi sentença de pai Oxalá
Eu não descanso depois da missão cumprida
A minha sina é recomeçar
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