Maior empresa do Rio de Janeiro e do Brasil, a Petrobras entrou na mira do presidente Jair Bolsonaro, o que pode levar a uma mudança no comando da estatal. Na live de ontem, quinta-feira 18, ele criticou a empresa pela alta no preço dos combustíveis e anunciou que vai zerar impostos federais sobre o diesel por dois meses e sobre o gás de cozinha por tempo indeterminado. Hoje as ações amanheceram em queda. Às 10h18, caíam 4%.
Bolsonaro disse que a estatal tem autonomia, mas sinalizou que pode realizar mudanças na companhia. “Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias. Tem que mudar alguma coisa. Vai acontecer“, afirmou.
Redução de impostos em março
Segundo o presidente, a isenção de impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha começa em março. “A partir de 1º de março não haverá qualquer imposto federal no diesel. Nesses dois meses, vamos estudar uma maneira definitiva de zerar esse imposto até para ajudar a contrabalancear esse aumento excessivo da Petrobras.”

Ele não escondeu a irritação com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “Se você vai pra cima da Petrobras, ela fala: ‘opa, não é obrigação minha’. Ou como disse o presidente da Petrobras outro dia: ‘eu não tenho nada a ver com caminhoneiro, aumento o preço.'”
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O presidente também atacou a ANP (Agência Nacional de Petróleo), dizendo que a agência, cujo escritório central também fica no Rio de Janeiro, não faz nada. “Eu não posso chamar atenção da Agência Nacional de Petróleo, porque é independente, mas tem atribuição também. Não faz nada.”
Combustíveis mais caros
A nova explosão ao vivo do presidente foi provocada pela confirmação, pela Petrobras, de um novo reajuste da gasolina e do óleo diesel, que ficarão R$ 0,23 e R$ 0,34 mais caros a partir desta sexta-feira 19 em suas refinarias. O litro da gasolina passará a R$ 2,48, e o do diesel, R$ 2,58.

A companhia enfatizou que o alinhamento de seus preços ao mercado internacional é “fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.
O governo federal é responsável pelos impostos Cide, PIS/Pasep e Cofins, mas o ICMS é de competência estadual. No caso do diesel, segundo a Petrobras, 23% do preço correspondem a tributos: 14% de ICMS e mais 9% de PIS/Pasep e Cofins.