Isabela Abdala
Em uma decisão histórica, Belém, capital do Pará, foi anunciada como a sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). O anúncio, feito em 26 de novembro de 2022, marca a primeira vez em que uma cidade da região amazônica recebe o evento, simbolizando o reconhecimento global da importância da floresta no combate às mudanças climáticas.
A escolha de Belém surpreendeu alguns analistas, considerando o peso de alternativas como Bonn, na Alemanha, Bangkok, na Tailândia, e Nairóbi, no Quênia. Bonn, que abriga a sede da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), era vista como uma forte concorrente por sua infraestrutura consolidada e experiência em sediar eventos internacionais.
Já Bangkok, um hub regional na Ásia, apresentou sua candidatura como parte de um esforço para incluir mais vozes do Sudeste Asiático nas discussões climáticas globais. Nairóbi, por sua vez, destacou seu papel como centro africano de discussão sobre sustentabilidade e sua proximidade com desafios ambientais emergentes no continente.
O peso da Amazônia na decisão
A escolha de Belém reforça a necessidade de incluir regiões-chave no debate sobre o futuro do clima. Como um dos principais biomas do mundo e um regulador crucial do clima global, a Amazônia tem sido frequentemente mencionada nos discursos da ONU como um ponto crítico para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
A decisão também foi celebrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que o evento será uma oportunidade para mostrar ao mundo os desafios e soluções da região amazônica. “A COP 30 em Belém não é apenas um evento, é um chamado para que o mundo olhe para a Amazônia com mais responsabilidade e cooperação”, destacou Lula.
Infraestrutura e desafios locais
Apesar do entusiasmo, Belém enfrenta desafios significativos na preparação para receber a COP 30. Infraestrutura, acomodações e transporte serão pontos críticos para garantir o sucesso do evento, que atrairá milhares de representantes de governos, empresas e organizações não governamentais de todo o mundo.
O governador do Pará, Helder Barbalho, destacou que a COP 30 será uma oportunidade para impulsionar investimentos na região e fortalecer a posição do Brasil como líder no debate ambiental global. “A Amazônia é a vitrine do que estamos debatendo. Será uma chance única de mostrar soluções que partem daqui para o mundo”, afirmou.
Repercussão internacional
A decisão gerou repercussão mundial. Enquanto organizações ambientalistas celebraram a escolha como um reconhecimento da importância da Amazônia, críticos apontaram para os desafios logísticos e sociais que Belém poderá enfrentar.
A COP 30 está prevista para novembro de 2025. Até lá, todas as atenções estarão voltadas para Belém, que se prepara para ser palco do mais importante evento global sobre mudanças climáticas.