Autonomy Investimentos é contra desapropriar o Moinho Fluminense | Diário do Porto


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Autonomy Investimentos é contra desapropriar o Moinho Fluminense

Proprietária do Moinho, Autonomy Investimentos, diz que imóvel tem ocupação social e cultural, contestando argumento da Prefeitura do Rio

25 de junho de 2024

A Autonomy Investimentos comprou o Moinho Fluminense em 2019 e apresentou projeto de revitalização em 2022 (foto: Diário do Rio)

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A Autonomy Investimentos, proprietária do Moinho Fluminense, na Região Portuária, reagiu contra o decreto de desapropriação publicado pela Prefeitura do Rio. A empresa disse que tem um projeto parcialmente aprovado para o imóvel e que, enquanto aguarda a aprovação total, cedeu o espaço para várias iniciativas culturais e sociais.

Com essa argumentação, a Autonomy Investimentos contesta a fundamentação usada pela Prefeitura para a desapropriação, que é a de considerar que o Moinho Fluminense está ocioso e sem cumprir sua função social. Após desapropriar, o prefeito Eduardo Paes quer leiloar o imóvel, para que seus novos proprietários continuem o projeto de revitalização dos bairros da Região Portuária.

Para a Prefeitura, fracassou o projeto apresentado em 2022 pela Autonomy, que previa fazer um retrofit nos prédios que ocupam os terrenos do Moinho, com a construção de um centro comercial, área de escritórios e torres residenciais.

A Autonomy, que comprou o Moinho em 2019, integra um grupo que gere principalmente recursos do Canadá para investimentos imobiliários em vários países. Na cidade do Rio, o grupo é dono de alguns empreendimentos, entre eles os edifícios corporativos Vista Guanabara, no Porto, e o Standard Buildind, prédio art decó que foi a sede da Standard Oil no Brasil. No Estado, o grupo tem dois complexos logísticos, em Seropédica e Duque de Caxias. 

O Moinho Fluminense, com 137 anos, é considerado o principal conjunto arquitetônico da Região Portuária. Formado por cinco prédios interligados por uma passarela, começa nas imediações do AquaRio, na Orla Conde, e se estende até a Praça da Harmonia, onde está a construção principal, um prédio típico da arquitetura industrial inglesa do século 19.

Como é um bem histórico da cidade, o Moinho Fluminense é tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), instituição municipal a quem cabe autorizar a execução de obras. 

Segundo a Autonomy Investimentos, as atividades culturais e sociais que foram realizadas nas instalações do Moinho são provas de que não há ociosidade no imóvel. “Tais iniciativas, que contribuíram para a revitalização de toda a região, demonstram o compromisso da Autonomy Investimentos em transformar o Moinho Fluminense em um polo econômico e cultural para a cidade e, especialmente, para a comunidade local”, diz a nota enviada ao DIÁRIO DO PORTO.

Segue a íntegra da nota da Autonomy Investimentos:

A Autonomy Investimentos manifesta sua apreensão pelo Decreto de Utilidade Pública nº 54691, publicado em 24 de junho de 2024 pela Prefeitura do Rio, que considera o imóvel do Moinho Fluminense ocioso e sem cumprir sua função social. Adquirido em 2019, o espaço, que é tombado pelo IRPH como parte da história do Brasil, tem um projeto conceitual e legal para apreciação parcialmente aprovado.

Enquanto não obtém sua aprovação total, a Autonomy Investimentos apoiou a organização de diferentes ativações socioculturais e comerciais no local, em parceria de moradores e institutos locais. Além disso, o Moinho Fluminense, referência na produção audiovisual carioca, serviu de cenário para diversas séries, filmes e comerciais publicitários realizados por algumas das mais renomadas produtoras do setor.

Tais iniciativas, que contribuíram para a revitalização de toda a região, demonstram o compromisso da Autonomy Investimentos em transformar o Moinho Fluminense em um polo econômico e cultural para a cidade e, especialmente, para a comunidade local.


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