A Ford informou neste mês o fim de suas fábricas no Brasil, deixando cerca de 5 mil pessoas desempregadas. Antes, em outubro passado, a Marcopolo fechou sua fábrica de ônibus, em Xerém, na Baixada Fluminense, desempregando pelo menos 800 trabalhadores. Tentando evitar novos impactos econômicos negativos, o Governo do Rio resolveu se reunir com as montadoras de veículos presentes no Estado. O Rio tem o segundo maior polo do país em número de indústrias automobilísticas.
O fechamento da Marcopolo significou o fim da produção de veículos numa das mais tradicionais fábricas do país. As instalações em Xerém foram criadas a partir de 1942 para a Fábrica Nacional de Motores, a Fenemê, inicialmente para a produção de motores de aviões e, depois, para os caminhões que marcaram a história da expansão do transporte rodoviário no Brasil.
A Marcopolo levou a produção dos ônibus de Xerém para suas outras fábricas, no Espírito Santo e Rio Grande do Sul, apesar de o Rio ser um dos principais compradores de ônibus no país e das vantagens logísticas da Baixada Fluminense, próxima de São Paulo e Minas Gerais. Na ocasião do fechamento, não se viram manifestações contrárias do Governo do Rio ou mobilização de lideranças empresariais fluminenses para a permanência da produção local. Pequena parte dos empregados de Xerém também foi realocada para as outras unidades da Marcopolo. Há 20 anos, a fábrica, hoje fechada, era considerada uma das maiores produtoras de ônibus do mundo.
Um ônibus escolar foi o último veículo fabricado pela Marcopolo em Xerém (foto: reprodução da Internet)
Governo do Rio fez primeira reunião com a Jaguar
Agora, com a comoção nacional causada pela decisão da Ford, o Governo do Rio já fez a primeira reunião com uma montadora sediada no Estado. O encontro aconteceu na quarta-feira(13), entre o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Leonardo Soares, e executivos da inglesa Jaguar, que tem uma fábrica em Itatiaia, no sul do Estado.
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De acordo com o Governo do Rio, o objetivo da aproximação é entender até que ponto a decisão da Ford foi uma estratégia específica da empresa e até onde a definição se entende para as outras companhias.
“Vamos encontrar soluções comuns que atendam o Estado e montadoras. O fechamento de uma fábrica representa impactos sociais significativos, com a perda de empregos, diretos e indiretos. Além disso, tem como consequência a queda na arrecadação do Estado” explicou, LeonardoSoares.
Ao secretário, os executivos da Jaguar Land Rover sinalizaram a intenção de gerar mais 400 empregos diretos na fábrica. O Governo do Rio diz que a montadora avalia fazer novos investimentos no Estado, nos próximos anos.
As reuniões com representantes da Volkswagen, Renault-Nissan, Hyundai e Peugeot-Citroën estão previstas para as próximas semanas. Juntas, as montadoras são responsáveis por 8 mil empregos fluminenses.