A pandemia parece ter varrido do mapa a primeira startup brasileira de e-commerce local, o Peixe Urbano, que já não andava bem das pernas. O site, muito popular no Rio de Janeiro, foi retirado do ar em fevereiro, e a imprensa agora aponta o sumiço do CEO da companhia, o chileno Nicolás Leonicio.
A dívida do Peixe Urbano, que fechou os escritórios no Rio e em São Paulo, estaria na casa dos R$ 50 milhões, principalmente com os funcionários demitidos em março e com empresas parceiras. Muitos clientes do site estão com cupons já pagos, retidos na plataforma.
Em audiência realizada na terça-feira da semana passada, dia 30 de março, no Ministério Público do Trabalho, membros da Bracks Advogados Associados, que representava o Peixe Urbano no país, disseram ser impossível falar sobre as dívidas da empresa tem com seus funcionários porque não conseguiam entrar em contato com o CEO da companhia. A informação foi do portal A Tarde, vinculado ao UOL.
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No dia primeiro de março, um dos sócios do Bracks enviou mensagem a Nicolás. Ele queria saber sobre o encerramento dos departamentos jurídico e de recursos humanos da empresa. Como a startup estava em vias de demitir praticamente todos os colaboradores, a Bracks não teria mais interlocutores dentro do Peixe Urbano.
”O contato tem como escopo esclarecer, da maneira mais transparente e leal possível, como ficará nossa parceria de anos, tendo em vista a situação desesperadora que o Peixe se encontra”, questionou o representante.
O CEO do Peixe Urbano ignorou o e-mail. A Bracks fez novo contato 12 dias depois, informando que não teria como manter a defesa da empresa e que só continuaria advogando para a mesma até o último dia 31. Ou seja, o Peixe Urbano não tem advogado, não tem comandante e, tudo indica, não parece ter dinheiro para honrar seus compromissos com os clientes.