Diário do Porto

Aliança Centro-Rio reúne líderes cariocas na ACRJ

Aliança Centro-Rio

Josier Vilar e Cláudio Castro: novos tempos para o Centro (fotos Daniel Martins)

As diversas iniciativas para fortalecer e revitalizar o centro do Rio de Janeiro foram agrupadas e debatidas por cerca de 200 pessoas que compareceram à sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro no dia 8 de novembro para a Conferência Centro-Rio. O evento foi promovido pela Aliança Centro-Rio, que há dois anos mobiliza autoridades públicas, desenvolvedores imobiliários, comerciantes e síndicos de edifícios da região central.

A Conferência Centro-Rio discutiu as cinco principais iniciativas em andamento para a revitalização do Centro. São ações promovidas por diferentes instâncias com potencial para recuperar e transformar a regi!ao: o Reviver Centro II; o Reviver Cultural; o Masterplan do BNDES, voltado para 46 imóveis públicos; as Áreas de Revitalização Econômicas (AREs), projeto pilotado pela Aliança Centro Rio; e a conversão de imóveis comerciais em mistos ou residenciais.

O objetivo do encontro, segundo Marcelo Haddad, CEO da Aliança, é reunir atores ligados direta ou indiretamente ao processo de renovação do centro. “Somos a associação que reúne as maiores empresas do setor imobiliário e proprietários de pontos comerciais e de serviços que, juntos, atuam pelo desenvolvimento do Centro do Rio com a missão de integrar diversas iniciativas na defesa de interesses comuns. No 1º evento, abordamos as Áreas de Revitalização Econômica e, agora, ampliamos a discussão para assuntos essenciais para o fortalecimento e a revitalização da área”, explicou.

Josier destaca segurança

Evento da Aliança Centro Rio agitou a Associação Comercial

 

Na abertura do evento, o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Josier Vilar, disse que não basta ter estatísticas que mostrem que o Centro é um lugar seguro. “É preciso que a população tenha essa percepção, esse sentimento e, para isso, é fundamental entregar segurança e gestão pública, de forma a transformar a região em um lugar para se viver, trabalhar, empreender e visitar”, disse.

Habitar o Centro do Rio, estimular os estabelecimentos comerciais e de serviços legais, combater o comércio ilegal e acabar com o home-office das empresas e instituições ligadas ao poder público, inclusive o Judiciário, são as ações mais estratégicas para transformar a região. A opinião é de Cláudio Castro, um dos maiores especialistas no mercado imobiliário da cidade. Sócio-diretor da Sergio Castro Imóveis, Cláudio é fundador e um dos associados da Aliança Centro-Rio.

O subprefeito do Centro, Alberto Szafran, que representou o prefeito Eduardo Paes, destacou que o trabalho de monitoramento que a Aliança Centro-Rio, em parceria com o Instituto Rio21, tem feito desde novembro de 2021, contribui bastante no levantamento e na busca de soluções para os problemas da região. “No começo, o percentual de solução dos problemas era de 24% e, hoje, 78% das ocorrências abertas são solucionadas, e isso é muito bom para a cidade”, disse o subprefeito.

250 mil m2 de residências

O 1º painel do evento, “Os novos empreendimentos viabilizados pelo Reviver Centro II”, contou com Fernando Costa, sócio-diretor da Cité Arquitetura; Rafael Carvalho Ramos, da Brix Participações e Investimentos; Flávio Wrobel, diretor W3 Engenharia; e Thiago Dias, subsecretário executivo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS). A mediação foi de Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon Rio).

Thiago Dias ressaltou que a expectativa do poder público é estimular a ocupação de 250 mil metros quadrados de espaços de imóveis residenciais na região. “O 3º passo seria o Reviver Centro repensar o seu entorno, com a inclusão de bairros como São Cristóvão, Estácio, Glória, entre outros, que apresentam dificuldades e que podem suscitar novos modelos de negócios e criar oportunidades de expansão do programa”, afirmou.

O painel “Incentivos para o comércio e a valorização dos espaços públicos” foi mediado pelo urbanista e mentor do Reviver Centro, Washington Fajardo, e reuniu Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico; o vereador Pedro Duarte; Paulo Millen, diretor da GTIS Partners; e Osmar Lima, chefe do Departamento de Ativos Imobiliários Públicos do BNDES.

‘Embaixadores do Centro’

Chicão Bulhões: é preciso espalhar boas histórias do Centro

 

Chicão Bulhões frisou que a sociedade é dona da agenda de prioridades para a cidade, e que isso perpassa o governo. “É preciso construir uma narrativa e isso só é possível por meio de histórias bem contadas e sensações positivas que ajudem a construir esse processo. Essas percepções favoráveis é que dão sustentação a essa narrativa. Por isso, devemos lembrar que todos somos embaixadores do Centro, com o desafio de propagar uma imagem positiva que se perpetue ao longo do tempo”, detalhou.

O vereador Pedro Duarte destacando a importância de dar segurança jurídica para quem está atuando de forma correta pelo bem-estar do Centro do Rio. Osmar Lima, representante do BNDES, lembrou que o Masterplan, iniciado pelo banco de fomento há seis meses, teve início com 150 imóveis (estaduais e municipais), chegou a 75 depois de uma filtragem e, no final, selecionou 46. “Agora é momento de apresentar proposta e ideias para os entes públicos, com objetivo de saber se eles têm interesse e aí assim iniciar o projeto em si. Trata-se de um investimento de longo prazo”, enfatizou.

O presidente da Câmara, Carlo Caiado, prestigiou o encontro

O último painel, “Como viabilizar as conversões de imóveis comerciais”, contou com Nathalia Lopes, advogada especializada em Direito Imobiliário e Urbanístico; e Marcelo Falcão, sócio da Somauma Arquitetos, com mediação de Marcelo Haddad, CEO da Aliança Centro-Rio. A principal orientação da discussão foi voltada aos síndicos de prédios da região: “se querem fazer mudança de uso, o melhor caminho é procurar a administradora e um advogado para orientar na execução do processo”, ressaltou Nathalia Lopes.

Sobre a Aliança Centro-Rio

A Aliança Centro-Rio desenvolve ações que buscam contribuir para a revitalização do Centro do Rio, com o objetivo de promover a região. Ela concentra cerca de 550 mil profissionais com carteira assinada e 72 mil empresas, com faturamento de aproximadamente de R$ 1,9 trilhões ao ano, ou seja, respondem por 25% do faturamento da cidade, de acordo com dados da Rio-Negócios.

O trabalho da Aliança é conduzido pela Rio-Negócios, entidade sem fins lucrativos que atua há 25 anos como agência de inteligência na promoção e facilitação de investimentos para atração de negócios e geração de empregos para o Rio de Janeiro. A ideia é desenvolver parcerias entre a iniciativa privada e o poder público para revitalização de áreas urbanas.

Segundo dados da Aliança, o Centro do Rio acomoda mais de 64 mil CNPJs, meio milhão de profissionais e é o maior polo de negócios da segunda maior economia do Brasil. A região responde por 40% do faturamento das empresas na cidade. Participam do projeto da Aliança, 28 associados, entre eles algumas das maiores empresas imobiliárias do país e importantes prédios da região central do Rio, como Opportunity, São Carlos, Sergio Castro, Multicentros Floriano, GTIS Partners, Kinea, GIC, Autonomy Investimentos, Mark Building, Engepred, Construtora Internacional, Menezes Côrtes, Previ, BR Properties, BSP Empreendimentos, Cury, Kinea, Centro Cândido Mendes, Innova, Sloper Corporate, Sinduscon Rio, Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro (Seac-RJ), Edifício Linneo de Paula Machado, Edifício Bolsa do Rio, Confeitaria Colombo e Tishman Speyer.

A associação representa mais de 60 prédios, que totalizam 750 mil metros quadrados construídos e mais de R$ 7 bilhões em investimentos.

 

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