Os advogados José Antônio Seixas e Rogério Rocco apontam o Campo de Gericinó, usado em treinamentos do Exército, como uma das alternativas para a construção do novo autódromo internacional do Rio de Janeiro. Ambos são os autores da Ação Popular que conseguiu uma liminar da Justiça contra a audiência pública virtual que poderia autorizar a destruição da Floresta do Camboatá para a realização da obra.
Ao receber a ação proposta pelos dois, a juíza titular da 15ª Vara de Fazenda Pública, Roseli Nalin, suspendeu a audiência que seria realizada nesta sexta-feira (7). Cabe recurso à decisão, mas por enquanto não seguirá o processo que prevê a derrubada da floresta, que tem cerca de 200 mil árvores, no bairro de Deodoro, zona oeste da cidade.
O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) já havia conseguido embargar o andamento do projeto em duas ocasiões: uma em março e outra em maio. No mês passado, o ministro Dias Toffoli, do STF, autorizou a realização da audiência virtual, agora novamente suspensa. Essa reunião é uma das etapas necessárias para a concessão de licenciamento ambiental para autorizar a obra.
Gericinó é uma de 4 alternativas
Rogério Rocco, que também é um ativista em defesa do meio ambiente, diz não haver necessidade de o autódromo ser construído na Floresta do Camboatá. “Existem quatro alternativas locacionais. Uma é o Campo de Gericinó e as outras três são terrenos na mesma região, que são alternativas melhores que a original, pois não será necessário desmatar”, disse ao Diário do Porto.
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Exército usa Gericinó para treinamentos
O Campo de Gericinó, pertencente ao Exército, fica situado no bairro de Magalhães Bastos, na Zona Oeste, e é um campo de instrução militar desde 1950. O local fica a aproximadamente 5 quilômetros da Floresta do Camboatá. Trata-se de uma área próxima ao Corredor Viário Transolímpica. Além disso, não há habitações no local e o campo não está inserido em espaço ambientalmente protegido.
No entanto, a opção por Gericinó é recusada pelo fato de a área ter sido destinada a treinamentos do Exército durante muito tempo. Portanto, existe a possibilidade de que ainda sejam encontrados artefatos explosivos, havendo necessidade de descontaminação do local.
A própria Floresta do Camboatá já foi uma área usada pelo Exército e em que havia artefatos de guerra. Ali ocorreu uma grande explosão de paióis de explosivos, em 1958. A Prefeitura, no entanto, diz que a floresta já foi completamente descontaminada, não havendo mais riscos no local.
