O Centro do Rio está com 45% de seus espaços comerciais vazios, de acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Imóveis (Abadi). Esse processo de esvaziamento ganhou força a partir de março do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 se transformou em realidade no Brasil. Para recuperar a região, a Prefeitura trabalha no projeto Reviver Centro.
Ao andar pela Centro do Rio, mesmo nos dias de semana e em horários antes muito movimentados, o esvaziamento é visível. Lojas fechadas, anúncios para aluguel e venda, portas trancadas e algumas das principais ruas, como a do Ouvidor e a Senador Dantas, quase desertas.
Em 2018, 33% já estavam vazios
“A pandemia acelerou um processo que já ocorria pelo menos desde 2014. Em busca de aluguéis mais baratos e prédios mais modernos, muitas empresas haviam migrado para outras regiões da cidade, sobretudo para a Barra da Tijuca. No entanto, nunca vimos nada que possa ser comparado à desocupação que aconteceu no Centro em 2020. A pandemia causou um esvaziamento surpreendente”, avaliou o diretor da Abadi, Marcelo Borges.
Segundo a Abadi, no final de 2018, 33% dos espaços comerciais do Centro estavam vazios. No ano seguinte, muitas firmas se estabeleceram no Centro, motivadas principalmente pelo leilão de ativos da Petrobras na região. Isso fez com que o percentual de desocupação caísse para 25%.

Revitalização do Centro do Rio
A revitalização do Centro e a consequente retomada de espaços habitacionais de fato estão entre os objetivos da Prefeitura. O projeto Reviver Centro prevê, entre vários itens, incentivos para quem construir unidades habitacionais ou transformar imóveis comerciais em residenciais. Serão apartamentos pequenos e também os chamados colivings, locais de moradia com serviço de quarto e lavanderia.
É o que deve acontecer com o Edifício A noite, na Praça Mauá. Durante anos foi o prédio mais alto da América Latina. O leilão do edifício já foi autorizado pelo Governo Federal, proprietário da construção. O preço estimado da estrutura – tombada pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – é de R$ 90 milhões.
“O público alvo para esta locação social são servidores públicos até seis salários mínimos, estudantes universitários e estudantes universitários cotistas. Com o plano, a gente busca incentivar a moradia, a recuperação urbana, tudo ao mesmo tempo, permitindo que esta área possa ser revitalizada”, disse o Secretário de Planejamento Urbano, Washington Fajardo.