O edifício A Noite, na Praça Mauá, no coração do Porto Maravilha, será revendido pela Prefeitura do Rio por R$ 36 milhões a um consórcio que pretende transformá-lo em residencial de luxo. Como a mesma Prefeitura comprou o edifício do Governo Federal por R$ 28,9 milhões, em março, a operação lhe renderá um lucro de no mínimo 7 milhões em quatro meses.
O lucro poderá ser ainda maior, pois haveria ainda o compromisso de o consórcio repassar para a Prefeitura metade dos lucros futuros gerados no negócio, valor inicialmente estimado em pelo menos R$ 24 milhões. As informações sobre a venda e os detalhes da transação foram publicadas pelo colunista Lauro Jardim, em O Globo e podem ser lidas aqui.
A concorrência para a venda do A Noite foi iniciada pela Prefeita em maio e foi vencida pelo consórcio integrado pela paulista QOPP, que integra o Grupo Vetorazzo, e a carioca Konek Transformação Imobiliária. Pelo projeto apresentado, o edifício será transformado num residencial contemporâneo, preservando sua fachada em estilo art déco. Terá área de lazer e convivência na cobertura, cuja vista dá para o Museu do Amanhã, de Santiago Calatrava, e para a Baía de Guanabara.
A Noite já foi o mais alto edifício da América Latina
Quando foi inaugurado em 1929, o A Noite era considerado o primeiro arranha-céu da América Latina, com seus 22 andares. Durante muitos anos foi a sede da Rádio Nacional, o principal veículo de comunicação do Brasil na primeira metade do século passado. Antes de ser vendido pelo Governo Federal para a Prefeitura, o edifício passou cerca de dez anos sem uso.
O A Noite foi projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, o mesmo do Copacabana Palace. O novo projeto foi desenvolvido pelos arquitetos Duda Porto e André Alvarenga, da Konek, a partir de consultas com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pois a construção é tombada desde 2016, dada sua relevância para a arquitetura brasileira.