Em reunião ministerial no fim de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um levantamento sobre os custos de implantar a tarifa zero, com a gratuidade no transporte público urbano em todo o país. O modelo é semelhante ao que a Prefeitura de Maricá adotou a partir de 2014, sendo o primeiro município do país com mais de 100 mil habitantes a ter essa política pública.
Na edição deste mês, a revista piauí lembra que o levantamento pedido por Lula já existe: trata-se do estudo Vale-transporte: visão geral e passos possíveis para seu financiamento público, apresentado no Congresso em julho de 2023. O documento propõe substituir o vale-transporte atual por uma contribuição das empresas, capaz de arrecadar R$ 100 bilhões anuais sem criar novos tributos, viabilizando a tarifa zero.
Tarifa zero já está valendo em 138 cidades do país
Segundo a piauí, já são 138 cidades brasileiras com ônibus gratuitos todos os dias, número que cresce 32% ao ano. O alcance populacional aumenta ainda mais rápido, a uma taxa de 50% ao ano, beneficiando mais de 8 milhões de brasileiros com a tarifa zero. Antes de Maricá (RJ), outras cidades com menos de 100 mil habitantes já haviam adotado a gratuidade em todo o sistema municipal, como Conchas (SP) e Monte Carmelo (MG).
Os resultados são visíveis. Um estudo da FGV comparou 57 cidades com tarifa zero a outras 2.731 que ainda cobram passagem e constatou 3,2% mais empregos, 7,5% mais empresas e 4,2% menos poluição. Em São Caetano do Sul (SP), o trânsito reduziu com a retirada de 1.500 carros por hora. Além dos benefícios sociais e ambientais, a medida mostrou impacto político: nove em cada dez prefeitos que implantaram a tarifa zero foram reeleitos em 2024.
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