Beco das Letras é o seu próximo rolê cultural no Centro | Diário do Porto


Cultura e Lazer

Beco das Letras é o seu próximo rolê cultural no Centro

Na Praça da Cruz Vermelha, a livraria Beco das Letras oferece programação cultural grátis, cafés diferenciados e comida a preço acessível

11 de julho de 2024

Rita Migliora comanda o Beco das Letras, centro cultural e livraria no Centro do Rio (Foto: Diário do Porto / Sophia Marques)

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Por Sophia Marques

Em meio ao frenesi do Centro do Rio, a livraria Beco das Letras, situada na Praça da Cruz Vermelha, 40, oferece um refúgio para os amantes das artes e do café. Desde 2017, o Beco se propõe não apenas a vender livros, mas a ser um centro cultural acessível, que promove atividades gratuitas mensalmente, como clube de leitura, saraus, projetos sociais, e mais recentemente o Slam da Lapa. 

A curadoria de livros é feita pela dona, Rita Migliora, que busca incluir nas prateleiras desde clássicos da literatura brasileira a livros sobre feminismo, negritude, além de uma variedade de livros infantis. O Beco das Letras é também destaque pelo cardápio, que oferece cafés de diferentes regiões do Brasil e pratos preparados pela equipe da casa, por preços entre R$ 5 e R$ 30 reais.

A história começa há 20 anos, quando em 2004 Rita foi convidada por uma amiga para empreender em uma livraria na Urca. Rita, doutora em educação e uma leitora voraz, aceitou. Em 2015, com a preparação da cidade para receber as Olimpíadas no ano seguinte, o Edifício Praia Vermelha, administrado pela Prefeitura Militar da Zona Sul, foi esvaziado e a livraria precisou migrar para um novo lar.

— Era um lugar bem pequeno, e tinha cheiro de café. Por isso o nome “Beco”. Na época, buscamos um local próximo, mas o bairro estava valorizado, e o preço do aluguel era muito alto. Foi então que pensamos neste prédio no Centro, que há anos pertence à família, e estava ocupado. Fizemos as obras, e inauguramos com um evento aberto.

O painel é uma lembrança do dia da inauguração, produzido pela jovem artista Mayall. (Foto: Sophia Marques)

No começo, o Beco tinha apenas um andar, que abrigava o bar e um salão tomado por livros. Lá foi realizado o evento de abertura com demonstração de cinema, música, teatro e artes plásticas, por novos e antigos artistas. Em 2020, durante a pandemia, o teto sucumbiu e foi necessária uma reforma. Isto reacendeu a ambição de transformar o segundo piso do Beco das Letras em um espaço próprio para apresentações artísticas, com um palco, mesa de som e luzes.

Em 2019, o Beco das Letras conseguiu tirar do papel um projeto de feira literária com ajuda de financiamento coletivo, através do site Benfeitoria. O Projeto Praça ocupou a Praça da Cruz Vermelha com exposições de pequenas e médias editoras, mostra de curtas e teatro de produtoras independentes, mesas de debates, artesanato, apresentações de música, dança e atividades para crianças. Nesta ocasião, compareceram, inclusive, crianças do INCA, prédio vizinho de frente do Beco.

— O Projeto Praça foi um sonho que queríamos realizar há muito tempo. É o verdadeiro intuito do Beco. Ser um espaço inclusivo, e por isso mesmo que a maioria das atividades que realizamos são gratuitas. Recebemos pessoas de diversos lugares do Rio, e sabemos que se fosse cobrada uma entrada, por exemplo, alguns talvez não pudessem frequentar. A única contribuição que pedimos é que consumam, mas também não é obrigatório — explica Rita.

Beco das Letras tem Sarau do Beco

Todo primeiro sábado do mês, é dia de Sarau do Beco, que recebe artistas de todo o estado para apresentações musicais, teatrais, de leitura, e o que mais a criatividade permitir. Foi lá que alguns nomes da cena artística independente brasileira deram os primeiros passos, como a banda de black music Nyala, que nasceu em São Gonçalo. Para participar, basta ficar atento ao Instagram do Beco (@livrariabecodasletras). 

O local também pode ser alugado para shows. Neste caso, costuma ser cobrado em torno de R$ 20 a entrada, para ajudar os grupos custear o aluguel do espaço e transporte.

Nos últimos sábados do mês, às 15h, leitores podem participar do Clube de Leitura, que oferece um espaço de troca, focado em explorar a opinião dos participantes mais do que análises técnicas. A curadoria do Clube funciona sob lógica de temas: a edição anterior convidou os participantes a conhecer livros escritos por mulheres, e a atual propõe uma viagem pelo mundo através da leitura.

— É um evento bem livre. Temos participantes periódicos, e outros que vêm sempre. Alguns compram o livro aqui, outros já tem em casa. Na edição atual do Clube, estamos conhecendo obras de autores espalhados pelo mundo. Em junho, passamos pela China, com o livro “Problema dos Três Corpos”, de Cixin Liu, e em julho vamos passear pelo Japão, com o livro “Não me abandone jamais”, de Kazuo Ishiguro. Quando terminarmos a Ásia, adentraremos a África — contou Rita.

Os maiores sucessos gastronômicos do Beco são o sanduíche de costela (R$ 22), sanduíche de carne assada (R$ 23) e o picadinho com farofa (R$ 22). Todos são feitos na cozinha da casa, e tem um toque de comida artesanal. Quanto ao cardápio de cafés, a vontade do público depende da estação. Durante o verão, o que mais sai é o frozen café (R$ 10) e o capuccino gelado (R$ 12). Já no inverno, o pedido mais popular é o chocolate quente (R$ 7/P; R$ 10/G).

Livraria Beco das Letras

Local: Praça da Cruz Vermelha, 40 – Centro

Funcionamento: 10h às 20h durante a semana; 10h às 18h aos sábados, exceto em dias de Sarau.

Sarau do Beco: Primeiros sábado do mês

Clube de Leitura do Beco: Últimos sábados do mês

Slam da Lapa: datas divulgadas nas redes sociais

Instagram: @livrariabecodasletras

 


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