O mês de julho é considerado a época em que mais avistamentos de jubartes podem ocorrer na costa do Rio. Mas foi no último dia 24 de junho que pesquisadores fizeram um registro inédito no litoral da cidade, o canto de acasalamento de baleias desta espécie.
Só os machos das jubartes cantam, com sons graves e agudos. E o canto do acasalamento é um indício de que o ambiente pode ser propício à reprodução da espécie. A temporada de migração das jubartes geralmente ocorre do final de maio até agosto, da Antártida até o Nordeste brasileiro, onde ocorrem os nascimentos de novas baleias e o acasalamento.
Os pesquisadores do projeto Vida Livre Baleias ficaram emocionados com as gravações dos cantos no litoral do Rio. A intenção é ampliar o monitoramento das jubartes, em parceria com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
As jubartes podem ser vistas ao longo da costa brasileira, entre São Paulo e Rio Grande do Norte, durante as temporadas anuais. Na década de 1990, pouco depois de proibida a caça comercial, eram estimados em torno de 1,5 mil e 2 mil baleias-jubarte.
Jubartes passaram da quase extinção para 35 mil baleias
Com a preservação, a população se recuperou e foi retirada da lista de espécies ameaçadas de extinção, do Governo Federal, em 2014. Hoje, a avaliação dos pesquisadores é que existem em torno de 35 mil baleias dessa espécie, com as jubartes voltando a ocupar antigas áreas de reprodução.
O mais antigo projeto de preservação da espécie é o Projeto Baleia Jubarte, criado em 1988 na Bahia e que está presente no Rio de Janeiro desde 2021, justamente pelo crescimento da espécie no litoral fluminense. Durante o mês de junho, o projeto manteve a exposição fotográfica #BaleiasCariocas no AquaRio, no Centro do Rio.
Quatro dessas imagens foram feitas no ano passado pelo fotojornalista do jornal O Globo Custódio Coimbra, com 40 anos de trabalhos fotográficos. Ele definiu o clique de um salto das jubartes como uma das grandes experiências de sua vida profissional.