Passeio irá à ilha de Luz del Fuego, na Baía de Guanabara | Diário do Porto


Evento

Passeio irá à ilha de Luz del Fuego, na Baía de Guanabara

Luz del Fuego, precursora do feminismo e ambientalismo, criou um clube de naturismo na Ilha do Sol, em 1951. Passeio será neste domingo

26 de julho de 2023

Luz del Fuego (Dora Vivacqua), que dançava com cobras, começou suas apresentações nos anos 1940 (foto: reprodução da Internet)

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No próximo domingo, dia 30, a partir das 8h, o Movimento Baía Viva realiza um passeio à Ilha do Sol, na Baía de Guanabara, onde nos anos 1950 a dançarina Luz del Fuego fundou o primeiro clube de nudismo do país. O passeio é uma oportunidade para conhecer recantos da Baía e saber um pouco da história de Dora Vivacqua, o nome verdadeiro da bailarina, escritora e ativista que escandalizou o Brasil por três décadas.

O passeio até a ilha de Luz del Fuego é feito em parceria com a Gestto Cultural. Hoje, só restam vestígios de um lugar que chegou a atrair naturistas de vários pontos do país e até do exterior. Dora aderiu ao naturismo nos anos 1940, quando também conheceu a filosofia dos existencialistas franceses. Em 1951, após conseguir uma autorização da Marinha, ocupou a ilha Tapuamas de Dentro, rebatizando-a como Ilha do Sol e começou a receber visitantes.

A visita de domingo começa com um encontro na Praça XV, de onde sairá a barca até Paquetá, às 8h30. De lá, haverá uma outra embarcação até a Ilha do Sol. A programação é prevista para durar até as 12h30, com a presença do historiador Marcelo Ferreira Spohn.   

Luz del Fuego dançava seminua, com cobras

Marcelo irá falar sobre as origens de Luz del Fuego em uma família de intelectuais e políticos do Espírito Santo. Ela, que se graduou em Ciências e Letras, escolheu a carreira artística mesmo com a oposição de seus parentes, principalmente de um irmão que chegou a ser senador. Suas apresentações no Rio a partir de 1942 causavam furor pela sensualidade de suas danças, poucas roupas e o uso de cobras. Hoje, ela é considerada uma precursora da defesa das mulheres, do combate aos preconceitos e dos cuidados com o ambiente.

Na época em que Luz del Fuego chegou à Ilha do Sol, a Baía de Guanabara ainda não era tão degradada, processo que se acelerou a partir dos anos 1960, com o crescimento desordenado das cidades em seu entorno, sem nenhum programa de saneamento básico. A bailarina, que passou a morar na ilha, foi morta por assaltantes em 1967, quando tinha 50 anos.

Programação:

Domingo, 30/07, a partir das 8h, na Praça XV, em frente à Estação das Barcas para Paquetá. A saída da barca está prevista para as 8h30.

Em Paquetá, no acesso à lancha até a Ilha do Sol, conforme a variação da maré, pode ser necessário molhar os pés. A dica é usar um calçado que seja fácil de retirar e recolocar.

Recomenda-se calçados firmes nos pés para a caminhada na Ilha do Sol. O trecho é muito curto, mas chinelos são escorregadios.

O encerramento será por volta de 12h30, já em Paquetá, onde será possível retornar na barca das 13h com destino à Praça XV.

Valor do passeio: R$120,00

Parte do valor irá para o Movimento Baía Viva, que atua em defesa da Baía de Guanabara e das comunidades de moradores tradicionais de suas margens. 

Mais informações: (21) 98067-5505 | (21) 99734-8088 | (21) 99907-5946


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