Setor imobiliário indica aquecimento de locações no Centro | Diário do Porto


Imóveis

Setor imobiliário indica aquecimento de locações no Centro

Indicadores habitacionais apresentados pela Abadi e Secovi Rio mostram que novos lançamentos e busca por locação impulsionam retomada na região central

17 de março de 2023

Para Abadi e Secovi Rio, o cenário para o mercado imobiliário em 2023 é positivo (foto: Carolina Smolentzov)

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A chegada de novos empreendimentos na região Central do Rio de Janeiro apresenta um cenário otimista para o setor imobiliário. De acordo com os indicadores habitacionais divulgados pela Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) e pelo Sindicato da Habitação (Secovi Rio), a tendência é de aquecimento das locações no Centro, sobretudo no Porto Maravilha.

A pesquisa divulgada pela Abadi e Secovi Rio computou dados de dez administradoras de imóveis, analisando, em média, 8.785 imóveis para locação e 5.268 condomínios, totalizando 254.127 unidades do Rio de Janeiro. O objetivo foi demonstrar uma análise do mercado na cidade do Rio de Janeiro durante o último ano.

Para o presidente da Abadi, Rafael Thomé, projetos como o Reviver Centro, plano de recuperação urbanística e social capitaneado pela Prefeitura do Rio, começam a produzir resultados e atrair moradores. “O Centro está reagindo. A região não vai retomar seu momento de glória do dia para a noite, mas isso já é reflexo do que o Reviver Centro traz”, comenta.

Os novos lançamentos residenciais mudam o perfil de quem procura a área, e também atrai comércio e prestação de serviço. A perspectiva, segundo uma das principais construtoras da região, é de 16 mil novos moradores ao final das obras em andamento.


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Centro do Rio reúne diferenciais

O presidente da Secovi Rio, Pedro Wähmann, afirmou que a ocupação residencial nas periferias do Centro vai trazer comodidade para quem trabalha por lá e cria demanda de outros setores. “A tendência de mais pessoas irem ao Centro é irreversível. Ele já está pronto, tem tudo”.

A vantagem do local é a inteligência logística aliada à proximidade de uma ampla gama de empregos. De todas as regiões com lançamentos em 2022, o Centro vendeu 79% dos imóveis que foram disponibilizados.

Segundo Wähmann, o movimento representa uma realocação dentro do estado: preços mais baixos e infraestrutra mais nova são os atrativos para quem mora longe, e deseja se mudar para um local estratégico. A oferta é principalmente de apartamentos individuais, mas a procura por parte de famílias também é significante.

O presidente também citou as oportunidades de acesso à cultura como um diferencial da região. Estas transformações, segundo ele, ainda dependem de melhorias e acabamentos.

 

Reviver Centro
Plano de revitalização da região busca expandir moradias na Região Central (foto: Agência Brasil)

Endividamento de brasileiros afetou o setor imobiliário

Sobre os números levantados na pesquisa, Rafael Thomé associou a alta no endividamento dos brasileiros, que atingiu um recorde no ano passado, e o aumento do desemprego com o aumento da inadimplência nos condomínios.

Em 2022, 77,9% das famílias brasileiras afirmaram estar endividadas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No mesmo ano, das 14.988 ações condominiais movidas, cerca de 89% foram relacionadas a despesas condominiais, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

Já em relação ao atraso de aluguel, a Barra da Tijuca tem o melhor desempenho, totalizando apenas 2% das ocorrências. O Méier, na Zona Norte, é o bairro que lidera o ranking com mais atrasos de aluguel, chegando a 23%.