Obras vandalizadas pelos terroristas terão memorial | Diário do Porto


História

Obras vandalizadas pelos terroristas terão memorial

Atos dos terroristas, que queriam um golpe de Estado, serão lembrados por memorial com as obras de arte destruídas no Palácio do Planalto

15 de janeiro de 2023

Terroristas danificaram com sete rasgos o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti (foto: Arquivo Nacional)

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O Governo Federal pretende criar um memorial no Palácio do Planalto, em Brasília, para expor as obras de artes vandalizadas durante os ataques terroristas do último dia 8 de janeiro. A exposição permanente será um marco em defesa da democracia.

Uma das obras danificadas pelos terroristas é o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto e que foi rasgada em sete pontos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti e seu valor chegou a ser estimado em R$ 12 milhões por colecionadores de arte.

“O memorial é para deixar marcado, para que nunca mais possa acontecer outra violência desse nível com o intocável, que é a nossa democracia”, disse Margareth Menezes, ministra da Cultura. Ela afirmou que ainda está sendo feito levantamento da extensão dos estragos, incluindo valores sobre o que pode ser restaurado.

O caso mais delicado talvez seja o do relógio de Balthazar Martinot, um relógio de pêndulo do século 17, que foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI, rei de Portugal que se mudou com a família real para o Brasil em 1808. O objeto foi completamente destruído pelos terroristas e dificilmente poderá ser recuperado. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV, rei da França. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça destroçada pelos invasores do Planalto, segundo a Agência Brasil.


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Atos terroristas serão lembrados no memorial

A Presidência da República divulgou um comunicado com a lista de bens e obras de arte vandalizados pelos terroristas, mostrando a situação de cada um:

No andar térreo:

– Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após os terroristas abrirem os hidrantes ali instalados.

– Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

No 2º andar:

O corredor que dá acesso às salas dos Ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias.

No 3º andar:

– Obra As mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanho. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti.

– Obra O Flautista, de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.

– Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça era estimada em R$ 300 mil.

– Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas.

– Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.

– Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século 17 foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. É uma peça de valor inestimável, não há outra igual no mundo.