O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, anunciou que serão mantidos os voos da companhia aérea Azul entre o Rio e as cidades de Macaé e Campos, no Norte Fluminense. O anúncio ocorreu após gestões do senador Carlos Portinho e pressões do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, André Ceciliano, contra a transferência dos voos para Campinas, conforme pretendia a Azul.
Nos próximos dias, deve ocorrer uma reunião da empresa com o Governo do Estado, em decorrência das negociações feitas por Portinho com o ministro. A proposta da Azul, agora, é ampliar a frequência dos voos do Aeroporto Santos Dumont para o Norte Fluminense. Atualmente, esses voos são realizados em aviões para até 70 passageiros e contam com lotação superior a 75%, sendo muito lucrativos.
A empresa queria levar esses voos para Campinas numa manobra que, ao mesmo tempo, dava mais ocupação ao aeroporto de Viracopos, sua sede, e liberava espaços no Santos Dumont para que ela pudesse operar aviões maiores (de 136 passageiros) para outros destinos do país. Se isso ocorresse, o prejuízo para o Rio seria direto e, também, para os passageiros, que teriam a viagem atual de 250 km ampliada para mais de 1.000 km, passando de cerca de uma hora para no mínimo 4 horas de duração.
A regulação dos voos é feita pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), órgão do Ministério da Infraestrutura. Por isso foi necessária a intervenção do ministro Marcelo Sampaio para conter a pretensão da Azul, que já havia anunciado a transferência dos voos para Campinas a partir da próxima segunda-feira, dia 8.
“Nesta semana, tive algumas reuniões com o ministro Marcelo Sampaio, que entendeu a importância da questão dos voos da Azul para o Rio. Também conversamos com a própria empresa e chegamos a essa decisão positiva para nosso Estado”, afirmou o senador Carlos Portinho.
Azul quer ICMS reduzido no Santos Dumont para ampliar voos no Galeão
Na reunião com o Governo do Estado, a Azul também pretende apresentar uma proposta de ampliação de seus voos no Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão. Para isso, a empresa vai solicitar que seja válido no Santos Dumont o mesmo incentivo de redução do ICMS do combustível de aviação que vigora no Galeão, descendo a alíquota de 12% para 7%. A empresa já teria planos para seis novas linhas no aeroporto internacional e se comprometeria a implantá-los, desde que consiga o incentivo fiscal.
Portinho acredita que o Ministério da Infraestrutura também irá trabalhar para resolver o problema do esvaziamento do Galeão, que hoje opera apenas 19% dos voos no Rio, enquanto o Santos Dumont, superlotado, fica com 81%. Essa concentração de voos no aeroporto central da cidade impede a formação de hub aéreo no aeroporto internacional, que depende de conexões nacionais para alimentar linhas para o exterior. Atualmente, só 3% dos passageiros internacionais do Galeão vêm de conexões nacionais, enquanto o ideal é que esse número seja superior a 30%, segundo informações de Delmo Pinho, assessor da presidência da Fecomércio RJ.
A solução definitiva para o esvaziamento do Galeão só deve vir após o leilão de privatização conjunto do aeroporto internacional com o Santos Dumont, previsto para o próximo ano. Porém o senador quer medidas mais rápidas, seguindo a linha de manifesto enviado ao Governo Federal pela Firjan, Fecomércio RJ e Associação Comercial do Rio de Janeiro.
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