Galeão: Azul é a única a não aderir a desconto do ICMS | Diário do Porto


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Galeão: Azul é a única a não aderir a desconto do ICMS

No Galeão, a Azul não usa o ICMS de 7% para combustível, ao contrário da Gol e da Latam que já aderiram ao programa. No Santos Dumont, é 13%

27 de agosto de 2023

Galeão já tem novos voos anunciados por Gol e Latam. Azul cancela voos do Rio para 7 cidades (foto: Divulgação )

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A Azul Linhas Aéreas ainda não aderiu ao programa que dá desconto no ICMS de combustível de aviação para empresas que operam a partir do Galeão. Com isso, ela é a única do mercado nacional a não se beneficiar com a cobrança de 7% de alíquota do imposto, ao contrário da Gol e da Latam que já estão no programa que visa fortalecer o Aeroporto Internacional do Rio.

Essas empresas negociam suas ações nas bolsas de valores do Brasil, América do Sul e em Nova Iorque. O combustível de aviação tem papel fundamental em seus resultados financeiros, representando até 40% dos custos de uma companhia aérea. A alíquota do Galeão é quase a metade da cobrada no Aeroporto Santos Dumont, de 13%.

A redução do ICMS no Galeão foi criada pelo Governo do Estado do Rio para incentivar as empresas aéreas a fazerem mais voos a partir do aeroporto internacional, de forma a criar conexões nacionais para voos internacionais. Além desses incentivos, o Governo Federal anunciou recentemente restrições para o Santos Dumont, com a intenção de que parte de seus voos sejam transferidos para o Galeão.

Galeão não tem apoio da Azul, que cancela voos para 7 cidades 

Novamente, Gol e Latam já se alinharam às restrições e divulgaram que vão começar a transferência dos voos, enquanto a Azul, além de não fazer o mesmo, decidiu cancelar suas ligações diretas do Rio para para sete cidades do país. A partir de 1º de outubro, a empresa deixará de oferecer voos para Brasília (DF), Campos de Goytacazes (RJ), Florianópolis (SC), Maceió (AL), Porto Seguro (BA) e Vitória (ES); a partir de 29 de outubro, deixará de voar direto para Goiânia (GO).

As restrições anunciadas pelo Governo Federal começam em outubro, para evitar que o aeroporto central do Rio continue com superlotação e ultrapasse a marca de 10 milhões de passageiros. Além disso, a partir de janeiro, os voos no Santos Dumont serão limitados a um raio de 400 km. 

Todas essas medidas, que visam fortalecer o Aeroporto Internacional do Rio, partem do princípio de que ele é fundamental para a economia do Estado, trazendo benefícios para todos seus moradores. Segundo estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), com o enfraquecimento do Galeão, o Rio perde cerca de R$ 4,5 bilhões por ano, sofrendo a queda na geração de empregos e na arrecadação tributária, além do encarecimento das importações e exportações aéreas do setor industrial.

As medidas para o fortalecimento do Galeão estão recebendo resistência de segmentos que querem manter o Rio como fornecedor de passageiros e mercadorias para aeroportos internacionais de outros Estados. Há um lobby montado para tentar reverter as restrições ao Santos Dumont. No final, esse lobby quer a continuidade da atual política aérea, que significa transferência de riqueza do Rio para seus vizinhos.


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